Prece ao Tempo
Entre um golpe e outro de vinho ouso vagabundamente escrever uma prece ao tempo...
Não sei se ele me entenderá que dirá atender, pois já não estou tão lúcida e as palavras desordenadas...
Quanto ao meu “velho amigo” de 12 anos, ah! Coitado lá se foi o último golpe que restará... Chorei e rapidamente dei um sorriso irônico, zombando do estado ao qual me encontrava...
E com estas palavras discorri minha prece:
Peço-te que acalme sua hora, retarde a sua chegada por alguns dias, meses, anos... Tempo esculpira em meu rosto as marcas das passagens de tuas estações, envolvera-me com tua juventude tão nova e tão velha, juventude essa que inventa amores, vive e sofre suas dores e refaz seus caminhos...
Fazes de mim violeiro que espera ansiosamente à noite para que possas dedilhar as primeiras notas, como o poeta que aguarda solitário o desabrochar das flores para que delas faça perfeita poesia... Tempo que passado já foi, que futuro será, mas que presente perdura para todo sempre!
Manu Lima